Nos primeiros PCs, os chips eram espalhados pela placa-mãe, que, além de torná-la mais cara, dificultava a comunicação entre os chips. Imagine vários chips simples separados, como o controlador do teclado, codec de áudio e controladores de discos rígidos.
Com o passar do tempo, eles começaram a se unir e virarem chips mais complexos. Porém, ao contrário do que parece, essa união fez com que os preços diminuíssem bastante, já que não é mais necessário a criação de vários chips separados, mas sim um mais inteligente que faça o papel dos outros. Além de deixar os micros com preços mais baixos, também ajudou na velocidade da comunicação dos chips, já que como eles ficaram mais próximos, era mais fácil fazer a troca de informações.
Hoje em dia há uma forma padrão para os chipsets seguirem. Normalmente eles são dividos em dois:
- Northbridge (ponte-norte) é parte mais importante, onde se encontra o controlador do processador, memória, slots PCI Express e vídeo on-board. Podemos dizer que é o conjunto de controladores mais rápidos do computador. Normalmente a ponte-norte fica refrigerada por dissipadores e até ventoinhas em placas-mãe mais robustas, já que ela, com todo seu papel em uma placa-mãe, mantem uma temperatura maior que os outros componentes na mesma.
Southbridge (ponte-sul) é um chip bem mais simples que a ponte-norte. Ele é sempre menor que o primeiro e em poucas vezes precisa de uma refrigeração mais importante. Geralmente controla as portas SATA, IDE, slots PCI, controladores de som e rede, além das portas USB.
Ponte-norte da ASUS P5Q Deluxe
Ponte-sul da Gigabyte GA-890GPA-UD3H
É interessante lembrar que, no passado, era usado o barramento PCI para a comunicação entre a ponte-norte e a ponte-sul. É dispensável falar que isso causava uma imensa perda de desempenho, mesmo com os computadores tendo um desempenho assustadoramente baixo para os padrões atuais. Imagine os slots ISA, PCI, discos rígidos, etc. compartilhando o mesmo barramento PCI, que hoje em dia é insuficiente para uma simples para de rede (já que a maioria atualmente já vem com o padrão PCI Express).
Hoje em dia esse problema está resolvido, já que os barramentos, como o DMI (usado pela Intel), trabalham com velocidades muito superiores.
Desde seus primeiros processadores 64 bits, a AMD está usando seu controlador de memória embutido no processador, esquema que começou a ser utilizado pela Intel com o lançamento da linha Core i7, mais especificamente com o chipset X58. Isto demonstrava, mesmo naquela época, que os chipsets estavam perdendo suas funções para o processador do computador.
Com o lançamento da plataforma Lynnfield, a situação ficou ainda pior para os chipsets. O Intel P55, que é o chipset mais robusto para plataformas LGA 1156, é composto somente pela ponte-sul. Os controladores PCI Express e de memória foram movidos para dentro do processador, que agora faz todas as principais funções que antes eram da ponte-norte.
Mas eles deixaram livre o chip de vídeo on-board, certo? Errado. Depois de um tempo em que o Lynnfield entrou, a Intel apareceu com os Clarkdale, que são processadores dual-core feitos na litografia de 32 nanômetros e baseados no soquete LGA 1156 com vídeo on-board integrado. Além das funções de controlador de memória e controlador dos PCI Express, o processador também começou a mandar no vídeo on-board (será que agora ele deve ser chamado por on-CPU?). Isso permitiu um preço mais baixo para as placas-mãe, além de que ficou muito mais fácil produzi-las. Não é mais necessário fazer toda a comunicação do chipset, somente da ponte-sul com o processador. O preço dos chipsets que a Intel vende para os fabricantes das placas-mãe é mais baixo. Devemos lembrar também que, com os controladores centralizados, o desempenho é logicamente mais alto.
Estamos vendo planejamentos para o futuro como o lançamento dos Sandy-Bridge da Intel e os AMD Fusion. Será que com eles o chipset será finalmente extinto? Será que ele viverá durante mais tempo?
E você, o que pensa sobre o futuro dos chipsets?